POR
QUE SE AVALIAR MARCAS?
1 - INTRODUÇÃO
No mundo moderno e globalizado, as
marcas são de tamanha importância que passaram a
constituir-se no principal Ativo das empresas; e não bastasse
isso, mais recentemente, Philip Kotler e David Gertner enfocam
que: Um país também pode ser promovido como
marca e como produto.
Basta que se olhe para países que cada vez mais investem
em suas imagens, como a França e a Espanha. Essa é
a grande realidade da força das marcas, que agregam valor
não só para empresas, mas, também, para países.
É a força da nova economia. Nesse contexto, o grande
desafio é gerenciar, não só a marca-empresa,
mas, também, a marca país.
Espanha cria a marca Brasil
O Ministério do Turismo foi buscar na Espanha - mais exatamente
no escritório da Chias Marketing, em Barcelona - a marca
que representa o Brasil no exterior. Foi Pedro Chias quem criou
o "Sol de Miró", logomarca que a Espanha
usa em todo o mundo. Os empresários brasileiros foram apresentados
ao novo desenho, que foi exposto em Berlim, em março de
2005, na ITB, a maior feira mundial de turismo. A marca Brasil
foi inspirada na aquarela de Burle Marx que está no jardim
do Edifício Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, e ja estampa
produtos e/ou serviços brasileiros vendidos no exterior.
Para se ter uma idéia
da importância das marcas dos países, um estudo da
Consultoria Anholdt-Gmi comparou 25 países do mundo para
descobrir qual deles teria a marca comercial mais forte - se fossem
um rótulo, é claro. O National Brands Index foi
calculado com base em opiniões de 10 mil consumidores de
10 países a respeito de áreas como: turismo, exportações,
confiabilidade do governo, vontade de investir ou residir no país
e relevância da cultura. A campeã do ranking foi
a Austrália, seguida do Canadá e da Suíça.
O Brasil ficou em 15º lugar.
As marcas passaram a ser tratadas no contexto de "Brand
Equity"; ou seja: tudo mais gira em torno de um nome.
No ápice de todo um conjunto de investimentos existe um
símbolo, um nome!
Aliás, em 1818, Goethe já dizia: "Tudo
o que acontece é símbolo e, como representa a si
mesmo perfeitamente, aponta para todo o resto".
Outrora, o que tinha valor eram as imobilizações.
Hoje, são as marcas e principalmente os símbolos.
E quanto vale um símbolo, até então considerado
subjetivo e /ou abstrato? E de questionável avaliação?
Por que razão, em matéria do jornal Gazeta Mercantil
- 1ª semana de setembro de 99 - a "Coca-Cola"
foi avaliada pela Bolsa de Valores de Nova York por 151 bilhões
de dólares, enquanto que as 237 companhias cotadas na Bolsa
de Valores de São Paulo, na mesma semana, valiam 134 bilhões
de dólares, portanto, 17 bilhões a menos que uma
só empresa?
Será que boa parte ou a maior parte da avaliação
da "Coca-Cola" não se deveu à sua
marca?
Não cabe aqui entrar no mérito dos critérios
das cotações da Bovespa ou do conjunto de
marcas que representam aquelas 237 companhias; mas, será
que suas marcas foram consideradas? Ou somente o seu valor patrimonial
ou lucros momentâneos?
Aliás, parece que as marcas estão virando até
referenciais de unidades de medida (valor), porque, novamente,
por volta do início de dezembro de 2003, noticiou-se que
a Bovespa havia conseguido valorização de "Uma
Coca-cola".
Por que houve a mega-fusão da "Brahma"
com a "Antarctica", criando-se a "AmBev"?
Seria somente por causa dos milhões de hectolitros de "commodities"
(cerveja e refrigerante), engarrafadas ou enlatadas? Ou,
principalmente, por causa do conjunto de expressivas marcas que
possibilitaram à "AmBev" ser uma "Global
Player"? E, posteriormente, ser controlada pela Interbrew?
Por que razão a Empresa Gerdau, em princípio, uma
fabricante de comodities (aços) paga royaltyes para utilizar
a marca que leva seu nome à família Gerdau? Simplesmente
porque não pode prescindir de sua poderosa marca!
Em futuro breve, qualquer "Global Player" será
um ícone, um símbolo e, como tal, jogará
para ter lucros e cada vez maiores; aliás, algumas já
estão jogando, basta ver os noticiários. Que tal
participar desse delicioso jogo, de ganhar dinheiro, mesmo que
seja em pequena dimensão, dentro da sua própria
região ou segmento de atuação?
Para isso, algumas regras básicas de "marketing",
que não só ditarão o futuro, mas, que já
ditam o presente, deverão ser observadas, segundo o presidente
de uma das maiores agências de publicidade do mundo, a saber:
Investimento no conhecimento das marcas.
Muito do que foi ensinado sobre como cultivar uma marca é
tão necessário hoje, quanto foram as máquinas
de escrever no início do século passado
Outrora, a indústria
não tinha capacidade de suprir a demanda existente. Hoje,
temos um excesso de bens de consumo, o que gera a "comoditização"
Os produtos se tornam iguais e qualquer um pode copiar o que você
produz, mas não a sua marca. Com isso as vendas caem e
o lucro também. O importante é criar um elo entre
o cliente e a marca. É assim que mais de 90% dos clientes
serão disputados, principalmente porque 95% das vendas
e/ou o consumo de bens e serviços são efetuados
pelas emoções e apenas 5% pelas razões.
Quem duvidar que isso seja possível, é só
acompanhar a trajetória de Rolf Jensen, autor de História
de um Viajante do Tempo, que projetou a Economia até 2.030,
e constatará o porquê do "Peso da Emoção".
Para ser poderosa, a marca necessita de diferenciação,
relevância, estima, familiaridade e, evidentemente, ter
um valor. Por que então não avaliá-la?
Por menor que seja uma marca, o seu valor sempre trará
um benefício à sua titular, porque passará
a ser tratada e gerenciada como algo palpável, como um
lastro patrimonial, como um investimento, como a primeira imagem
de uma empresa; enfim, como o vértice de uma ponta de lança
aonde todo o conjunto do corpo vem atrás.
Mesmo que a sua empresa esteja no estágio de competir com
preços, ou que venha apresentando prejuízos, pense
na sua marca, fortaleça-a, reconstrua-a, zele por ela,
valerá o esforço!
A seguir, apresentamos um conjunto de citações,
de razões e de motivos para reflexões, sobre investir
e fortalecer a sua marca e acreditar que ela é o seu principal
Ativo e deve ser tratada como tal, começando pela sua avaliação.
----> Veja também:
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